No dia 24/02/2025 o Vasco da Gama ingressou com pedido de Recuperação Judicial perante a 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, abrangendo tanto a associação civil quanto a Vasco SAF (Sociedade Anônima de Futebol) em regime de consolidação substancial.
Com dívida inicial declarada de R$ 634 milhões e 540 credores, o tradicional time de futebol do Rio de Janeiro busca o Judiciário visando se reerguer através da Lei 11.101/05. Além disso, há um passivo tributário de aproximadamente R$ 340 milhões.
As razões da crise, segundo relato da inicial, foi a má administração do grupo norte-americano 777 Partners na condução da Sociedade Anônima de Futebol, constituída em 2022.
Narram que mesmo com aportes financeiros realizados pela 777 Carioca LLC no importe aproximado de R$ 370 milhões, a dívida vascaína aumentou R$ 350 milhões desde a transformação do clube em SAF. Isto se deu, conforme relato, em razão do aumento de gastos e má gestão, destacando que o Regime Centralizado de Execuções, modo escolhido pela antiga administração do CRVG, mostrou-se impagável.
Nas palavras do clube: “Tem-se que a própria gestão da 777 Carioca LLC, a despeito do discurso de profissionalismo da administração, que visava transformá-la em uma atividade mais estruturada, eficiente e com foco em resultados financeiros, utilizando práticas gerenciais modernas adotadas em clubes ao redor do mundo, obteve, na verdade, o resultado oposto ao aguardado, com a criação e acréscimo de polpudos passivos ao rol de credores da Vasco SAF.”
Como forma de restruturação, o Vasco SAF afirma: “O CRVG segue aberto a negociações com possíveis compradores de participação societária do Vasco SAF – o que permitirá acesso a dinheiro novo – e há conversas em andamento.”
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“O Vasco SAF tem contratos de patrocínio com grandes empresas que garantem uma entrada significativa de dinheiro. Os patrocinadores estão dispostos a investir devido à visibilidade e à enorme e fiel base de torcedores que o Vasco tem. Essa relação com os torcedores cria um fluxo constante de receitas, seja através da venda de bilhetes, produtos licenciados, programas de sócios torcedor e outros canais. Mesmo que o Vasco esteja em situação financeira delicada, a torcida vascaína continua sendo uma fonte importante de apoio financeiro.”
Com isso, o Vasco da Gama se tornou a primeira SAF brasileira a requerer recuperação judicial.
O pedido de processamento da recuperação judicial foi deferido pela 4ª Vara Empresarial, que, em decisão proferida em 26/02/2025, reconheceu a grave situação econômico-financeira do clube e o desempenho ruim da 777 Partners, porém, ao mesmo tempo, entende que atual gestão está se esforçando para aumentar as receitas e conter gastos, tendo utilizado, inclusive, a contratação de Philippe Coutinho como exemplo.
No mesmo ato, determinou a suspensão de todas as execuções contra o clube e a Vasco SAF pelo prazo de 180 dias, incluindo o Regime Centralizado de Execuções.
Processo nº 0943414-78.2024.8.19.000.